sexta-feira, 6 de março de 2009

De volta ao trabalho... depois do carnaval

Após a intervalo do carnaval, retornei com a intenção de comentar o filme ganhador do Oscar, Quem Quer ser um Milionário?, mas esse filme estréia hoje aqui em Fortaleza, então não tive a oportunidade de assisti-lo ainda. Com isso, resolvi falar sobre o filme recorde de indicações esse ano, 13 no total, O Curioso Caso de Benjamin Button.

Mas falando em Oscar, qual brasileiro assistiu a premiação?? Além de acontecer no domingo de carnaval, a cerimônia não foi transmitida em nenhum canal da TV aberta, então só os sortudos que possuem TV a cabo conseguiram assistir (o que não é o meu caso). Porém, prefiro não assistir a cerimônia a ter que ouvir os “excelentes” comentários de José Wilker.

Bem, deixando minha indignação de lado, voltemos ao que interessa. Depois de deixar a sala de projeção, fiquei procurando palavras para descrever a emoção que é assistir Benjamin Button, tive que pensar por um bom tempo para conseguir fazer isso, já que o filme é incrível e com mensagens a refletir, com certeza será considerado um dos melhores do ano.

O filme acompanha a vida de Benjamin, através de suas memórias. Ele nasceu no dia que a 1° Guerra Mundial acabou, “um bom dia para nascer”, mas sua mãe morreu ao dar à luz e seu pai, ao ver o estado dele ao nascer, fica desesperado e acaba abandonando ele num lar para idosos, onde é criado pela bondosa Queenie. Benjamin nasceu com várias doenças mais comuns em pessoas idosas, a pele muito enrugada, catarata, e osteoporose. Os médicos não lhe davam muito tempo de vida, mas ele conseguiu sobreviver.

Com passar do tempo, Benjamin começa a questionar sua condição, tem curiosidade, quer saber como é o mundo, mas não pode sair do asilo, pois está preso numa cadeira de rodas devido as doenças e é nesse momento que percebemos seu espírito de juventude. Morando num asilo, Benjamin convive diretamente com a vida e com a morte, aprende desde cedo o que significa perder alguém.


O personagem, a medida que o tempo passa, nos encanta cada vez mais devido a sua simplicidade, comparada a de Forrest Gump, isso não é a toa já que o roteirista é o mesmo dos dois filmes. Esse é o mérito do filme, sua simplicidade, o personagem não vive algo marcante na História, sua conquista é viver, aproveitar os prazeres propiciados por uma vida comum.


Nessa simplicidade é que percebemos a qualidade da direção de David Fincher, notamos em cada quadro o cuidado da direção com todos os personagens, mesmo os secundários, os quais para mim tornam o filme muito mais encantador (personagens como o capitão do rebocador e o idoso que foi atingido 7 vezes por raios). David Fincher tem aqui seu melhor trabalho, depois de Clube da Luta, outro filme muito marcante para mim, sua direção mantém o encanto com personagens durante as quase 3 horas de duração do filme, mas não se assustem com esse número, essas horas passam ser notadas.


O trabalho de fotografia é impressionante, complementa totalmente a história e a direção, mesmo um pôr-do-sol impressiona por sua beleza e significado, a batalha do rebocador é sensacional, faz inveja a muito filme de ação por aí. A trilha sonora complementa tudo isso de maneira sutil, mas não passa despercebida, principalmente na parte em que Benjamin está morando com sua amada e toca “Twist And Shout” dos Beatles, lembrei instantaneamente de Curtindo a Vida Adoidado. De maneira nenhuma posso deixar de citar o trabalho de maquiagem que está incrível, principalmente nos primeiros anos de vida de Benjamin, é impressionante acompanhado dos efeitos especiais.

Com relação ao trabalho dos atores, Brad Pitt está ótimo no papel, merece sua indicação ao Oscar e junto com a excelente Cate Blanchett tomam conta do filme, os dois juntos têm uma ótima química, que também pode ser vista em Babel. Tilda Swinton, escolhendo muito bem os papéis nos quais atua, destaca-se no intervalo em que aparece competindo pela atenção do publico com os dois acima.


O Curioso Caso de Benjamin Button é um filme imperdível, muito recomendado, com uma excelente parte técnica e uma história que emociona e faz refletir sobre a vida. Se fosse para dar uma nota, daria nota 9, não daria 10 por talvez eu seja muito rigoroso ou besta mesmo, mas mesmo assim o filme deve ser conferido.

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